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SE PARAR O BICHO PEGA, SE CORRER O BICHO COME

O país está realmente numa sinuca de bico.  O governo provisório está cada vez mais enrolado com ministros sendo denunciados por envolvimento em corrupção, delações premiadas, gravações secretas etc e tal. A oposição, que antes era governo está também num lodaçal. Se derrubarem o Temer vai assumir o atual presidente da câmara, o tal de Maranhão, pois legalmente é o primeiro na linha sucessória. Ele está todo enrolado com denúncias de propinas, funcionário fantasma da universidade do Maranhão, sem contar o filho que trabalha em São Paulo e recebe um salário no TC do Maranhão.
Bom, se conseguirem uma liminar que o retire da linha sucessória, temos o seguinte que é um sujeito porreta que pagava uma pensão duas vezes superior ao seu salário de senador para sua amante. Como ninguém acreditou, inventou uns bois voadores de sua fazenda e os vendeu a peso de ouro. Além de tudo isso, ainda está sendo investigado pela operação lava-jato. Bom, caso o René Calheiros também caia fora, entra o segundo vice-presidente do senado que nem sei quem é.
Se esse também estiver enrolado na lava-jato, não se preocupem, ainda temos o Levandowski para presidir a nação até a eleição indireta de um presidente para um mandato até 2018. Quem os nossos nobres congressistas vão eleger?  Evidentemente um dos seus pares que seja capaz de cumprir a promessa de que dará um jeito nesta tal de lava-jato que não deixa o país e os políticos em paz. Uma emenda constitucional para eleições diretas não passa no congresso, pois não interessa eleger alguém sem o compromisso de salvar a pele de todos.
Depois de eleito e por causa do clamor popular, o presidente eleito indiretamente jurará fidelidade à operação lava-jato e perderá o apoio do congresso que não o deixará governar. Enquanto isso, estaremos com uma inflação de100%, PIB de -5%, greves nos transportes, estradas bloqueadas, funcionários sem receber seus salários nos estados e municípios, também entram em greve geral.  Como os policiais são funcionários públicos, também cruzarão os braços. Bom, aí estaremos no caos total ou algo parecido com a Síria atual.
Alguém chamará os militares para colocar a casa em ordem, pois eles detêm o monopólio da força legitimados pela constituição. As forças armadas fecham o congresso e assumem o poder. Como nenhum país do mundo reconhecerá uma ditadura militar, o Brasil ficará isolado do mundo. Uma parcela dos militares é contra a intervenção e é apoiada pela esquerda. O país entra na sua segunda guerra civil (a primeira foi em 1932, mas restrita a São Paulo, Rio, Minas e Mato Grosso). A produção se desorganiza, as fábricas fecham e grupos milicianos tomam conta do país, controlando o tráfico de drogas e alimentos. A fome se alastra, bombardeios atingem escolas e hospitais dirigidos pelos médicos sem fronteira. Milhões de pessoas tentam fugir para o interior do país a procura de alimentos e de paz
 A ONU manda uma força de paz, mas de nada adianta, pois, o país é muito grande e difícil de controlar. Os EUA ocupam a Amazônia sob o pretexto de preservar a natureza. Como a Venezuela já estará em guerra civil, a guerra contamina a Colômbia, Equador e Peru. Bolívia e Paraguai são ocupados ora por forças leais ao governo brasileiro, ora pelos grupos de oposição, milícias e grupos revolucionários. Em pouco tempo toda a América do Sul estará em convulsão.

The end

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