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Mostrando postagens de dezembro 18, 2008

TENTATIVAS POÉTICAS

Bananeira O pé de banana Deu cachos Doces bananas E a lesma se lambuza No ácido doce E o bem-te-ví Regala-se Na jabuticabeira E o jabuti É apenas um nome em um indecifrável Dicionário. O mar O mar molha A praia dos meus sentidos E meus ouvidos Ouvem o marulhar Mas o mar Não chega ao planalto Alto e insone plano Para que o mar? Se a vida já secou Secou? Ou as dores do corpo Perderam O sentido do mar? Meu avô Meu avô Dormia um sono Sono de pedra Entre ossos E lembranças Que eram gravadas Na fina teia Do cálcio. Minha mulher Minha mulher Não é minha Pois ela é que me tem Povoa-me de beijos Arrasta-me Loucamente Para sua teia De desejos Eu que não sou nada Perco-me na lambança De seu território Infinito Onde se escondem Inefáveis prazeres. Minha filha Traça Silenciosamente Minha continuidade Mas se recusa A sê-la Ela quer ser Nada mais do que ela E eu Sigo a narrativa Inenarrável Dos seus olhos Cor de mel. dezembro de 2008