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Mostrando postagens de outubro, 2012
O BAURU DO GOUVEIA Alguns sabores da vida a gente nunca esquece, principalmente aqueles da juventude. Não eram sabores sofisticados de bons restaurantes, mas coisas simples que matavam a fome no sábado ou domingo à noite depois dos programas bons e ruins. Na Vila Gerty, São Caetano do Sul, perto da Praça da Figueira, havia um bar simples, meio sujo, meio mal frequentado, mas que servia um bauru delicioso: o bar do Gouveia. A receita era simples: pão quente na chapa, mozarela, presunto, rodelas de tomate e um delicioso molho vinagrete à portuguesa que dava o toque final. Era de lamber os beiços. O Bar do Gouveia era o típico bar da crônica do Antonio Prata sobre os bares simples e rústicos frequentados por gente meio intelectual, meio de esquerda, só que na minha época nunca conheci por lá alguém meio intelectual e meio de esquerda. O que existia mesmo era gente meio proletária, meio classe média baixa. Meio de esquerda, confesso que já fui e algumas vezes para lá arrastei meus
FÉRIAS NO INTERIOR E OUTRAS HISTÓRIAS Ao ler uma crônica do José de Souza Martins sobre as férias no interior, tive a sensação de que perdi o trem. Explico: há tempos pensei em escrever uma crônica com o mesmo tema e o velho Professor Martins me passou a perna, no bom sentido, é claro. Acontece que ele, como eu, morava em São Caetano do Sul, o C do ABC e também passávamos as férias no interior e tomávamos o mesmo trem em direção à Estação da Luz e de lá para o paraíso. Ele para Pinhalzinho, perto de Bragança Paulista e eu para Lavínia, na Noroeste de São Paulo.  A estação antiga tinha um ar romântico talvez por conta do estilo que os ingleses, fundadores da São Paulo Railways, trouxeram para o Brasil. Tenho boas lembranças do sociólogo cronista, além dos seus livros e artigos, como a palestra que ele apresentou na Fundação Santo André nos anos 70 sobre a música caipira. Depois de uma análise teórica sobre a diferença entre música caipira e música sertaneja - que muita gente pe