Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de fevereiro 26, 2008
PAI REVISITADO Sinto saudade Dos bons e maus momentos Que vivemos juntos De quando ele era um herói Daqueles invencíveis! De quando não era nada Apenas um velho fraco Sem esperanças Sem futuro Sinto saudade Daquilo que ele foi E daquilo que não foi Daquilo que queria ser E daquilo que pensava ser Sinto saudade Das mãos ásperas Da barba por fazer De sua força E de suas fraquezas Sinto saudade Do que poderia ter sido E do que não foi Daquilo que pensei que era E daquilo que pensei que não era Sinto saudade De suas mãos seguras Desafiando o tempo Os perigos As incertezas Sinto saudade E sinto dor A dor da ausência A dor que se finge ter Mas que ainda sinto Não a dor que sufoca Mas a dor que enternece Que molha os olhos Que umedece a alma MINHA CASA A minha casa É onde eu passo as noites Noites de sono De insônia Em cada parede Em cada tijolo Em cada madeira Uma história Uma poesia Concreta
Oscar Niemeyer Traça suas linhas curvas Na linha do horizonte Buscando no finito As linhas do tempo Que traçam curvas sinuosas E perigosas. Mas o arquiteto Que também é poeta Traça com palavras Com traços Com espaços Esparsos O concreto da sintaxe Na pedra. O tempo é inexorável A vida luta contra ele Mas em vão... O tempo infinito E a vida tênue Mas o arquiteto desliza Nas curvas que cria Desafiando o espaço E o tempo. O arquiteto Arrasta-se em seu corpo Traçando as suas linhas Na curva sonolenta Do tempo Perseguindo o horizonte Sempre um plano Uma reta inacabada.