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Mostrando postagens de abril 24, 2009

APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO

Se vocês pensam que eu vou contar minha droga de vida com todos os detalhes sórdidos, podem ir tirando o cavalo da chuva. Eu vou contar apenas algumas coisas que eu tenho vontade de contar, mas vou omitir e mentir em muitas coisas. Ao contrário do Holdem Caulfield do Apanhador em campo de centeio, a minha infância foi pobre, mesmo tendo estudado uns três anos em colégio particular. Eu não fui expulso como ele, mas fui jubilado depois de repetir duas vezes na mesma série. E foi mais por preguiça mesmo do que dificuldade para aprender. Eu era um perfeito relaxado, se é que é possível ser perfeito nessas coisas. Eu não era burro, mas era indisciplinado. Algumas coisas não entravam na minha cabeça. Em português eu até me defendia, pois lia e escrevia com alguma facilidade e era capaz de ler várias páginas em pé, segurando um livro, sem gaguejar. Em matemática me defendia para o gasto. Mas quando era necessário decorar coisas que não me interessavam? Era um desastre. Minha primeira profes

JUNIA COSTA, A MOÇA QUE DEIXOU UM VIOLÃO LÁ EM CASA

JUNIA COSTA, A MOÇA QUE DEIXOU UM VIOLÃO LÁ EM CASA Um dia desses, arrumando as coisas em casa, encontrei um velho violão Gianini todo empoeirado e comecei a pensar na sua história. Foi uma moça, lá das Minas Gerais, mais precisamente de “Belzonte”, como ela chamava a capital do estado, que o deixou aqui. Não sei se ela gostava ou não do violão, mas parece que foi coisa do passado, quando ainda era muito jovem e estudante. Depois de formada o violão foi ficando meio de lado e acabou esquecido, propositalmente por aqui. Quando ela mudou-se para outras plagas, perguntamos: - E o violão, não vai levar?” - Acho que não vou não. Eu gostaria de deixá-lo aqui. Vocês se incomodam? Claro que a gente não ia se incomodar. Mesmo tendo o nosso, um violão a mais nunca seria demais, pois às vezes aparecia mais de um músico para os nossos animados saraus. Depois, um violão é um objeto que tem vida. Não é um vaso, um móvel. As pessoas tocam belas canções e com eles passamos bons mom