Aqueles
que não concordavam que o Japão havia vencido a guerra eram chamados de
"Corações sujos" e muitos foram assassinados como traidores da pátria
do Sol Nascente. No oeste paulista, onde estava grande parte da colônia, esse
sentimento era muito forte, causando sérios problemas, obrigando a polícia a
intervir de forma muitas vezes violenta e desproporcional. A repressão criou um
sentimento entre os japoneses de que os brasileiros não gostavam deles.
Fazendo
uma analogia com a atualidade, a informação de que o Japão teria sido o vencedor
da guerra, era uma fake news e aqueles que não aceitavam a falsa informação
eram acusados de traidores, com pichações nas portas das casas com ameaças de
morte. É interessante entender como o fanatismo político pode levar as pessoas
a acreditarem em informações inverídicas e sem nenhuma comprovação científica,
apenas baseadas na fé, nas tradições e no nacionalismo exacerbado.
Esse
problema se prolongou ainda por algum tempo após o final da guerra, fato que
acabou por dificultar a assimilação da colônia nipônica no Brasil. Estima-se
que mais de cem mil japoneses contribuíam regularmente para a Shindio Renmei,
liderada por um ex-coronel do Exército japonês, chamado Kikawa.
Esse
fato histórico foi também tema do filme com o mesmo nome dirigido por Vicente
Amorim, baseado no livro que também vale a pena ser visto.
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