Esperança, um estranho nome para uma filha de imigrantes japoneses que aportaram na velha Mooca no começo do século passado, um bairro que até os anos 1940 era um típico reduto operário da Paulicéia. Quando menina ela foi estudar num antigo externato na Rua dos Trilhos, ainda no tempo em que havia trilhos na rua. A escola pertencia a três irmãs solteiras que vieram de Campinas. Lá foi alfabetizada e concluiu o primário. Como era muito estudiosa e aplicada se destacou entre as outras crianças e depois de formada ajudava as professoras com os novos alunos. Com a morte prematura dos pais, foi morar com as antigas professoras e ajudava em tudo, vendendo materiais escolares e dando aulas básicas de inglês que aprendeu com uma professora particular e outras tarefas. Mas Esperança ia além, pois como o bairro era carente de serviços de saúde, era ela quem socorria a população aplicando injeções até altas horas da noite. As professoras foram envelhecendo, vieram mais escolas públicas, o ba