A saia verde de minha mãe enroscou em uma cerca lá de casa e ela ficou desconsolada, pois gostava muito da peça. Era um linho verde de boa qualidade e muito bonito. Mas como ela era uma mulher muito prática, olhou bem para a saia e pensou na melhor forma de aproveitá-la. “Vou fazer uma camisa para você”. Achei o máximo ter uma camisa verde e aceitei de cara o presente. Como ela mesma sabia costurar combinamos qual seria o modelo. Depois de pronta, pensei eu, poderia fazer inveja aos meus colegas palmeirenses, apesar de ser, na época, um fanático corintiano. A camisa ficou tão supimpa que no dia seguinte, resolvi usá-la para ir à escola. Na época, no segundo ano primário, minha professora era muito rígida e furiosa. Ela usava um ponteiro de madeira com o qual batia nas cabeças e mãos dos alunos indisciplinados. Às vezes, em ataques de fúria, jogava até o sapato sobre as indefesas crianças. A escola era pública e da periferia de São Caetano do Sul e não havia a obrigatoriedade de utili