Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio 2, 2008
Abotoou o paletó ou a história moderna da vestimenta, uma analogia ao De Pallio de Tertuliano Ao encontrar o amigo Zéca, despudoradamente, sem paletó no casamento do filho de um amigo, brinquei com a sua falta de “compostura”. Onde já se viu ir a um casamento sem paletó e gravata? Diante do seu sorriso matreiro, insisti que um paletó era uma indumentária essencial. Afinal, mesmo para partir desta para melhor, é preciso de um. O amigo riu da observação, mas continuou achando que a clássica peça do vestuário masculino era desnecessária e excessivamente burguesa para o seu gosto. E ainda avisou que contaria comigo para o caso de precisar de tal peça para o enterro. “Depois a gente se acerta no purgatório”, completou se divertindo. Essa conversa me conduziu à infância e me fez lembrar de um presente que meu pai deu a cada um dos meus dois irmãos menores. Era uma pequena gaita de plástico, uma coisa sem muita importância. Entretanto, aquilo me magoou profundamente. Ao perceber o meu desapo

Jogava um pano legal em cima de mim ou uma singela homenagem ao Edson José da Silva, o Zéca

Era o casamento do filho de um amigo. Aí eu me pergunto: Com que roupa? Ponho a gravata ou não? Será que não ficaria um pouco exagerado ir de gravata num casamento e sem ser padrinho? Finalmente decidi colocar a gravata no pescoço meio envergonhado em usar uma roupa tão formal para encontrar com velhos amigos. Chegando a igreja percebi que todos estavam vestidos com costume risca de giz, impecáveis. O meu terno, marrom escuro, que pensei estar muito chique, ficou obscurecido pela elegância reinante. Mas no meio da igreja, sentado muito a vontade, com uma camisa listrada e arregaçada nas mangas, estava o Zéca, desafiando o mundo. Até o filho, um adolescente de dezessete anos estava impecável. Ele optou por uma vestimenta trivial, despojada, ainda que elegante, como sempre. Mas o Zéca é assim mesmo, detesta formalismo, detesta bares e restaurantes em que os garçons se vestem de pingüim e o chamam de doutor. “Não tenho nada contra os veados, mas detesto mesmo a veadagem”, costuma dizer qu