Abotoou o paletó ou a história moderna da vestimenta, uma analogia ao De Pallio de Tertuliano Ao encontrar o amigo Zéca, despudoradamente, sem paletó no casamento do filho de um amigo, brinquei com a sua falta de “compostura”. Onde já se viu ir a um casamento sem paletó e gravata? Diante do seu sorriso matreiro, insisti que um paletó era uma indumentária essencial. Afinal, mesmo para partir desta para melhor, é preciso de um. O amigo riu da observação, mas continuou achando que a clássica peça do vestuário masculino era desnecessária e excessivamente burguesa para o seu gosto. E ainda avisou que contaria comigo para o caso de precisar de tal peça para o enterro. “Depois a gente se acerta no purgatório”, completou se divertindo. Essa conversa me conduziu à infância e me fez lembrar de um presente que meu pai deu a cada um dos meus dois irmãos menores. Era uma pequena gaita de plástico, uma coisa sem muita importância. Entretanto, aquilo me magoou profundamente. Ao perceber o meu desapo