Joanin Moscardi, quem sabe, poderia ter sido um dos maiores pontas da história do verdão do Parque Antarctica, coberto de glórias, endeusado pelos torcedores; mas a vida para um jogador de futebol até os anos cinquenta não era fácil. Não existiam os milhões que os bons e mesmo medíocres jogadores ganham hoje. Praticava-se o esporte por prazer, por amor à camisa, conforme contam os nossos velhos. E foi por isso que o Joanin com profunda tristeza abandonou uma carreira de glórias para se dedicar à família como operário numa indústria. Não que a vida tenha sido mais fácil, mas o salário era certo todo final de mês. Ao ver os dois filhos, Magali e Jorge crescerem saudáveis, bonitos, inteligentes e bem formados, esquecia o antigo sonho. Afinal, cumprira a sua missão ao lado da sua querida companheira Noêmia, que também já partiu. Conta seu filho que chegou a ver lágrimas correrem pelos olhos do Joanin quando ele olhava velhos retratos de jogadores que ocuparam a posição que poderia ter sid