Butiá na verdade não existe mais. È apenas uma fotografia desbotada e um quadro singelamente pintado, mas deixou saudades e muitas. Ficava em Descalvado, interior de São Paulo, para onde a nossa turma ia passar alguns fins de semana prolongados nos longínquos anos 1970. Era uma pequena vila e tinha até uma estação de trem, herança dos gloriosos tempos em que o café era o ouro verde do estado. Também não faltava a igrejinha, aconchegante onde os fieis depositavam as suas esperanças no futuro das almas. O sino da igreja, contava o famoso Zé Dozzi, num dia de forte temporal, caiu do campanário e trincou. Ele como zeloso fiel tratou logo de consertá-lo. E afirmava, sem medo de ser chamado de faroleiro, que soldou o sino com ouro puro doado pelos moradores, que abriram mão de anéis, alianças e correntinhas. Por isso quando o sino tocava, o som se espalhava no ar com certo brilho que somente uma imaginação fértil pode perceber. E o menino Jesus em retribuição à generosidade do povo de Bu