O CAÇADOR DE ÁGUAS Meu pai, já maduro, descobriu-se um caçador de águas. Um alemão com quem trabalhava e que vivia metido em pesquisas sobre radestesia, o convenceu que ele tinha o dom para achar água. Daí foi um passo para fazer a experiência e tentar descobrir pequenos lençóis freáticos com alguns metros de profundidade. Combinaram para tirar a prova num fim de semana e lá foram eles procurar água em um sítio nos arredores de São Paulo. O alemão preparou uma forquilha de goiabeira, segurou-a com as duas mãos, mantendo a ponta para cima e começou a caminhar em várias direções, conforme contava meu pai. De repente ele parou como se sentisse uma estranha sensação e chamou meu pai para ver. A forquilha envergava para baixo, forçando o homem a segurá-la com energia, como se ela quisesse penetrar no solo. Ele deu a forquilha para o meu pai e ele também sentiu um enorme tranco, como se alguém a puxasse para baixo com grande energia. Aqui tem água, disse o alemão, e pode cavar