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Mostrando postagens de julho, 2018
O ADMIRÁVEL MUNDO NOVO Em 1932 o escritor Aldous Huxley publicou um livro polêmico, o Admirável Mundo Novo. Uma ficção que previa como seria o mundo em 632 DF. O DF seria depois de Ford, um novo Deus cultuado pela ciência e tecnologia. No mundo imaginado por Huxley a família estaria abolida e as pessoas seriam geradas em incubadoras. Os óvulos seriam divididos em tantas vezes que poderiam ser gerados milhares de gêmeos idênticos. Os indivíduos durante a incubação podiam se tornar Alfa, Beta, Gama e Delta, dependendo da quantidade de oxigênio injetada. Os indivíduos inferiores receberiam maior quantidade de álcool e teriam inteligência rudimentar, apenas suficiente para realizarem trabalhos repetitivos ou atuarem nas insalubres minas de carvão e outros serviços de alto risco.   Os livros seriam proibidos às “castas” inferiores, pois não seria apropriado que tivessem informação ou sensibilidade. O sexo ainda seria praticado, mas como algo mecânico sem nenhum tipo de afetividad
NÓS E OS RUSSOS O Garrincha, com o seu jeito simplório, respondeu ao técnico Vicente Feola da seleção brasileira de 1958 sobre as táticas que queria utilizar contra os times adversários: “Mas você já combinou com os russos?”. Essa frase tem servido para boas e bem humoradas respostas.   Ele se foi e sua frase ficou na história. Para ele os russos eram quase todos os estrangeiros, principalmente europeus, englobando suecos, suíços, ingleses etc. Quando criança em São Caetano do Sul tínhamos vizinhos russos. Eram simpáticos e me lembro bem da dona Amélia que frequentava nossa casa. O casal era espírita e minha mãe, às vezes, frequentava as sessões de orações na casa deles, mais para agradar a amiga, pois era católica convicta.   O marido, seu Dimitri, contava histórias sobre a Rússia, principalmente do Stalin e seu regime de terror.   Sobre o comunismo, outra vizinha, dona Maria, uma Checa, casada com um homem negro, também tinha suas narrativas de como fugiram da invasão soviét
Uma mãe bem diferente De Giselle Larizzatti Agazzi Escrever uma história com base na própria história foi um grande desafio para Giselle Agazzi. É uma história da história em que a dor está presente, mas escrever é um processo catártico, que alivia a alma e coloca compressas suaves nas feridas. A mãe da história da Giselle é uma mãe especial, diferente, que representa o lado triste da diversidade humana. Uma mãe que às vezes se esquece dos filhos, pois não consegue lidar com seus próprios fantasmas.   É a mãe que metaforicamente está na terceira margem do rio, tal como o personagem do conto de Guimarães Rosa, mas continua sendo mãe em seus momentos de lucidez ou normalidade. Em paralelo às agruras da relação com a mãe, a menina Clara, protagonista da história, sofre bullyng dos seus colegas por ter uma mãe fora dos padrões de normalidade social. Mas ao mesmo tempo Clara não é clara e talvez seja escura, pois a mãe é negra. Assim, ela precisa lidar com dois preconceitos ao