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Mostrando postagens de março 1, 2011

A BENGALA

A BENGALA                 Francisco tinha uma bela bengala japonesa que herdou do seu avô. Era de cerejeira com cabo de prata. Com quase setenta anos de idade, ele circulava com ela orgulhoso pelos corredores da empresa. Não que precisasse da bengala para se locomover, mas por um pouco de esnobismo. Mas isso não significava que era um esnobe, apesar do sobrenome pomposo que revelava uma origem nada modesta. Ele apenas tinha saudades dos esnobismo dos velhos tempos do Rio de Janeiro quando seu avô paterno circulava por Copacabana usando elegantemente seu chapéu Panamá  e a bengala. Algumas vezes, contava ele, o avô o levava para saborear algumas guloseimas na Confeitaria Colombo. Era um acontecimento inesquecível, que gostava de relembrar sempre que me encontrava. Contava, também, que às vezes, o avô o deixava brincar com a bengala desde que não se afastasse muito do seu olhar, pois era muito ciumento com ela. Mas disse-lhe, claramente, que seria sua depois que partisse. E assim