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Mostrando postagens de outubro, 2021

CRISTÃO: SER OU NÃO SER?

Quem já leu “A Servidão Humana” de Somerset Maughan, há de se lembrar do personagem principal, Phillip Carey, e as suas intermináveis discussões com Deus. Órfão de pai e mãe, ainda menino, é criado pelo tio paterno, um rígido clérigo conservador na Inglaterra vitoriana do final do século XIX, Phillip começa a ler tudo que cai em suas mãos, o que o leva a grandes dúvidas metafísicas. Depois de um breve período na Alemanha após concluir o ensino médio, onde descobre o teatro de Ibsen e a filosofia alemã, desiste da carreira eclesiástica e resolve ser pintor em Paris, mas já com sérias dúvidas sobre sua religiosidade, o que conflita com toda a sua formação em colégios confessionais. Para Phillip, o que havia mesmo restado da educação religiosa, era a moral cristã, mas não mais o cristianismo na sua essência. A releitura do romance, quase autobiográfico de Somerset, autor de outro grande romance, “O fio da navalha!”, me fez lembrar das ideias religiosas do meu pai. Ele era um livre atira

EVALDO, APENAS UM MUSICO

Era um domingo, dia bonito, ensolarado, um bom dia para passear. Eram cinco da tarde quando Evaldo com a mulher, filho e sogro foram num chá de bebê. Um casal de amigos estava esperando uma criança e organizaram uma festinha, como é tradição, para angariar presentes para o bebê. O músico Evaldo, de 51 anos, não tinha compromisso profissional no dia e seu cavaquinho havia ficado em casa descansando suas cordas. Chegando no bairro do Guadalupe, Evaldo viu uma patrulha do Exército, mas deu pouca importância para o fato. Como era um carro de família, com mulher criança e um idoso, nem seria parado e chegariam no horário combinado da festinha. Mal teve tempo de pensar quando ouviu vários disparos. Devem estar atirando em algum bandido que forçou a passagem, mas quando percebeu que os tiros estavam atingindo a lataria do veículo, desconfiou que o problema era mais sério e parou o carro. Em seguida uma bala o atingiu. Sentiu uma dor terrível e ainda teve tempo de pensar: “Quem fez isso comi