Nos anos setenta conheci uma guerrilheira que utilizava o codinome Rosa. Era uma moça afável e meiga. Era alta e tinha um corpo roliço e um pouco gordinha. Eu era estudante secundarista, ainda adolescente e ela já havia iniciado uma faculdade que não me lembro qual. Entre suas leituras preferidas havia um escritor considerado reacionário, o russo Boris Pasternak, autor do romance Doutor Jhivago, que é a história de um poeta e médico que perde o encanto pela revolução depois que ela atinge a sua vida pessoal. “A vida pessoal acabou na Rússia”, era a fala de um personagem revolucionário, Stenicoff no filme homônimo. Fiquei triste ao ler o livro e descobrir que o roteirista inventou a frase. Mas até hoje não entendi porque a Rosa me emprestou um livro de filosofia do Pasternak, um escritor católico conservador, sendo ela ligada a uma corrente revolucionária chinesa, super radical. Outra que conheci era de um movimento trotskista que também acabou optando pela luta armada. Essa era fei