Muitos anos se passaram desde uma aula de literatura brasileira quando a professora trouxe uma cópia mimeografada do conto Missa do Galo, do Machado de Assis e me lembro como se fosse ontem. Depois da leitura rápida, preenchemos um questionário sobre a compreensão do texto. Eu gostei e muito do conto do velho bruxo do Engenho velho, mestre na ironia e nas insinuações. Ainda hoje a figura da Dona Conceição, mexe com a minha imaginação. Uma mulher de uns trinta anos, magra que tinha uma certa leveza no andar, arrastando suavemente o corpo pela sala vestida com um roupão levemente solto no corpo. O marido, como habitualmente fazia, dormia fora uma vez por semana na casa de uma amante. Pobre Conceição, aceitava de forma resignada à condição de mulher traída pelo marido que pouca atenção dedicava a ela. O adolescente de dezessete anos aguardava um amigo que o chamaria para irem juntos à Missa do Galo na corte. Ele um caipira de Mangaratiba, queria saber como era a missa na capital do