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Mostrando postagens de setembro 27, 2011

A DESPEDIDA

A primavera havia chegado há poucos dias, mas a garoa fina e o frio continuavam. A festa estava mais para um bom vinho, mas quem é que poderia prever esse tempo maluco de uma região subtropical de transição. Mas a cerveja era das boas, o espetinho estava caprichado e o pernil estava exuberante. Mas boa mesmo era a conversa, conversa de uma juventude bela e sorridente, conversas de velhos resgatando o passado e lembrando que também não tem muito futuro. A vida é assim mesmo.   Numa roda de homens com os cabelos grisalhos e brancos, um deles falou em alto e bom tom: “De repente a gente descobre que está velho! É assim mesmo, um dia você acorda e sente que as pernas não funcionam tão bem como antes, além de outras coisas. Ontem, incomodado às 7h por um barulho que não me deixava dormir, levantei furioso para xingar os operários que estavam martelando do lado do meu quarto, no terreno vizinho. Coloquei a escada para dar uma bronca, a escada escorregou e desabei. Fiquei estendido no ch