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Mostrando postagens de julho, 2012
UM CAFÉ COM ANTONIETA SECCO THENÓRIO Passávamos um fim de semana em Piedade na casa dos Thenórios. Fazia um frio que doía nos ossos. Como sou um madrugador acordei com os primeiros filetes de luz que entraram pela janela e senti uma vontade imensa de tomar um cafezinho bem quente. Logo levantei e fui para a cozinha, evitando fazer barulho para não acordar o pessoal.  Água na chaleira, pó no coador e fiquei esperando o fogo fazer o seu serviço. Enquanto isso fiquei olhando pela janela o gramado que parecia um tapete branco. Sugeria neve, mas não era. Ainda bem. Não sinto nem um pouco de inveja de quem vive onde cai neve. Neve é triste, monocromática e não tem graça nenhuma.  Mas eis que a água ferveu e comecei a passar o esperado café. Café gostoso, café com cheiro bom, cheiro de roça, cheiro de mato, cheiro de manhã se espalhou pela casa. Logo ouvi uns passos pelo corredor. Era a Dona Antonieta, mãe do nosso anfitrião, que se levantou com o cheirinho da bebida que conquistou a
MANHATTAN REVISITADA A broca do dentista doía fundo, parecendo que fustigava a minha alma. Enquanto o dentista cutucava minhas caries, dava uma espiadela na televisão ligada. De repente, aparece um avião se aproximando das torres do World Trade Center. Vai bater, vai bater... O avião se choca contra uma das torres que começa a cair como um castelo de cartas. Segurei a mão do dentista para ver melhor o triste espetáculo. Não era ficção ou efeito especial de um filme. Era uma triste realidade. Um avião, seqüestrado por terroristas do Al Qaeda atingiu um dos principais símbolos do império norte-americano. Milhares de mortos. Eram pessoas que estavam ali para trabalhar, fazer negócios, reuniões e de repente encontraram uma morte inexplicável. Neste momento lembrei-me de um velho poema do Drummond, Elegia 1938, que termina com o verso: “Porque não podes, sozinho, dinamitar a Ilha de Manhattan”. Será que os extremistas do Al Qaeda leram o poema? Ou será que é um desejo inconsciente