São Paulo: ecoam passos na memória. Não nasci na cidade de São Paulo, mas é como se tivesse nascido. Vindo do interior com dois anos de idade e tenho a vaga impressão de que abri meus olhos pela primeira vez diante daquela imensidão de prédios. Ali é o Martinelli, meu filho! Olha que grande! Dizia meu pai orgulhoso de estar na maior cidade do Brasil. Atravessávamos o viaduto do Chá e víamos aquele vale imenso para meus olhos de menino. Tomávamos o bonde que cortava ruas arborizadas e naquela época ainda pouco movimentadas, onde homens e mulheres elegantes transitavam apressados. São Paulo não pode parar! Era o lema seguido por todos. A ideologia do movimento contínuo em busca do progresso. Os forasteiros também eram cooptados rapidamente e saiam freneticamente em busca do “ouro”. Italianos, portugueses, japoneses, mineiros, paranaenses, nordestinos de todos os matizes se transformavam rapidamente em paulistanos no ritmo de trabalho, no desejo de vencer, no jeito de andar, ao adotar um