Quem já leu “A Servidão Humana” de Somerset Maughan, há de se lembrar do personagem principal, Phillip Carey, e as suas intermináveis discussões com Deus. Órfão de pai e mãe, ainda menino, é criado pelo tio paterno, um rígido clérigo conservador na Inglaterra vitoriana do final do século XIX, Phillip começa a ler tudo que cai em suas mãos, o que o leva a grandes dúvidas metafísicas. Depois de um breve período na Alemanha após concluir o ensino médio, onde descobre o teatro de Ibsen e a filosofia alemã, desiste da carreira eclesiástica e resolve ser pintor em Paris, mas já com sérias dúvidas sobre sua religiosidade, o que conflita com toda a sua formação em colégios confessionais. Para Phillip, o que havia mesmo restado da educação religiosa, era a moral cristã, mas não mais o cristianismo na sua essência. A releitura do romance, quase autobiográfico de Somerset, autor de outro grande romance, “O fio da navalha!”, me fez lembrar das ideias religiosas do meu pai. Ele era um livre atira