Ele nasceu em Minas Gerais, de família grande e musical. Quase todos tocavam algum instrumento. Avós, tias, tios e ele não poderia fugir à regra. Aos nove anos já tocava cavaquinho e depois, para abraçar o violão, foi só uma questão de tempo. Mas Minas, apesar das montanhas, da couve refogada, do tutu e do torresminho, não dava mais. “Minas já não há”, disse num poema o poeta de Itabira. E por isso, a família Azevedo, de mala e cuia, não viu outra saída e, como bons mineiros, não perderam o trem. Malas de couro forradas, a mãe até a porta, os amigos até a estação e assim a família foi deixando um rastro de saudade, de lembranças, histórias e canções. Com apenas quatro anos, ele caminhou com as suas próprias pernas pela estrada poeirenta até chegar à estação de trem. A mãe contava, de cinco em cinco minutos, se todos os cinco filhos estavam lá. E foi uma viagem longa, a maior que eles já tinham feito na vida. São Paulo era um mundo novo, cheio de esperanças e oportunidades. Mas