Ao ver os camelôs nas ruas e praças do centro de São Paulo com centenas de relógios importados de todas as marcas, autênticos e falsificados, faz-me recordar os tempos em que a máquinas de marcar horas eram objetos pouco acessíveis à maioria das pessoas. Um bom e reluzente relógio de pulso era também símbolo de status e cidadania. Por um relógio muitos caiam no conto-do-vigário. O famoso Ômega, um suíço de pedigree era o sonho de consumo de muita gente. Falava-se no Ômega Ferradura (confundia-se a letra grega com a ferradura utilizada nas patas dos cavalos e se pronunciava o nome sem o acento). Meu sogro, paulistano da Mooca acabou caindo no famoso conto lá pelos anos quarenta. Ele havia conseguido o seu primeiro emprego numa companhia de seguros. Com seu terno de casimira inglesa azul marinho e um chapéu Ramenzoni, faltava um relógio para completar a sua elegância. Ao receber o seu primeiro salário, não teve dúvidas, tirou o final da tarde para namorar as vit