Quem não conhece um Silva
brilhante, empreendedor, trabalhador, criativo? Quem não tem um parente com
esse nobre sobrenome que surgiu em terras lusitanas nos primórdios dos tempos
modernos. E muito provavelmente todos nós, de sangue lusitano, espanhol ou
mesmo italiano, tenha no seu DNA um pouquinho que seja dos Silvas. Lucius Flavius Silva, um general romano que
viveu no século I deixou muitos descendentes na península itálica e na ibérica.
O nome tem origem toponímica,
derivada de selva que em latim é silva. Em terras portuguesas o nome está
associado à Torre e Honra de Silva, que ficava a meio caminho das freguesias de
São Julião e Silva, junto ao “concelho de Valença”.
Mas por que tantos Silvas? Mesmo
em Portugal o nome é muito frequente e muito provavelmente pela excepcional
fertilidade do clã. Sendo por lá muito comum e assim, muita gente querendo
manter o anonimato por perseguições políticas ou mesmo religiosas, no caso dos
judeus, adotavam o nome. Como naqueles tempos não havia registro, carteira de
identidade ou coisa do gênero, bastava declarar o nome e pronto. É de se supor
que entre os nossos Silvas, muitos podem ser “falsos” por não carregarem o DNA
dessa nobre estirpe.
E o nome Silva ganhou outras
etnias com a chegada dos africanos para atender as necessidades de mão de obra
para a lavoura canavieira. Como eles precisavam de um nome para o batismo, o
nome Silva foi utilizado ao largo. Alguns escravos herdaram o Silva dos seus
próprios senhores, que se sentiam honrados ao ver seu nome em todos os seus
domínios. Isso ocorreu. Também. com os nossos índios escravizados ou cooptados.
Entretanto, uma prática que vem desonrando
esse nobre nome, é a utilização de Silva de forma pouco lisonjeira como: “Por
exemplo: João da Silva...”. Esse hábito deveria ser proibido pois muitas vezes
se referem a exemplos pouco adequados à estirpe dos Silvas.
Em 1949, a escritora e acadêmica
Rachel de Queiróz, numa grande homenagem à Família Silva, escreveu no final de
uma crônica publicada num jornal do Rio de Janeiro: “Porque nossa família um
dia há de subir na política”. E foi assim que aconteceu, pois em 2002, um Silva
chegou à presidência da república e foi agraciado com diplomas de doutor
honoris causa em várias universidades do mundo. Como em política nem sempre há
unanimidade, esse Silva que nasceu pobre, subiu aos píncaros da glória,
recebido por reis e estadistas e foi trancafiado numa prisão.
Ao escrever sobre os Silvas, não
posso deixar de registrar que o meu querido amigo Luiz Carlos da Silva,
apelidado de Erasmo, teve uma bela passagem pela terra, deixando-nos um belo
livro em defesa do nosso maltratado Tietê.
Outro amigo Silva, o Edson Zeca, compositor de sambas e marchinhas, além
de biógrafo, está aí para provar que essa família é mesmo fantástica. Outro
Silva a quem tenho grande admiração, é o meu dentista, Doutor Roberto, que além
das boas histórias e anedotas, sempre me presenteia com Bach ou Debussy durante
as minhas consultas. Nem vou citar meus parentes Silva ou meus muitos amigos e
conhecidos, pois daria uma lauda inteira.
Enfim, evoé a todos os Silvas do
Brasil, Portugal, Algarve e além-mar.
ps: se você é um Silva, aproveite
para encomendar um brasão confeccionado com esmero por um artesão que reside em
Piedade: Dedo Thenório. São verdadeiras obras de arte.
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