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ESTUPRO DE MENOR CAUSA INDIGNAÇÃO NO PAÍS E NO MUNDO

Uma menina de dezesseis anos foi estuprada no Rio de Janeiro e as fotos do crime foram postadas na rede social. Absurdo, barbárie, insanidade... Não haveria adjetivos suficientes para qualificar o absurdo ocorrido na cidade maravilhosa, maior ponto turístico do país, futura sede das Olímpiadas, competição esportiva cujo objetivo, desde sua criação pelos gregos, é de integrar todos os povos, buscando a paz e a harmonia.
Fato semelhante aconteceu recentemente na Índia, quando uma estudante foi violentada por um pequeno grupo em um ônibus. A indignação mundial obrigou a polícia local a prender e julgar os criminosos.  Não sei se ainda estão presos, pois a Índia é um mais corrupto do que o Brasil. Aliás, entre os BRICS, o Brasil é considerado o menos corrupto.
Mas o Brasil vai ser sede das Olímpiadas, com atletas e turistas do mundo inteiro. Ninguém estará seguro, devem pensar europeus, norte-americanos, japoneses. Somos um dos povos mais violentos do mundo. A cada onze minutos, uma mulher é estuprada em nosso território, uma terra sem lei, sem segurança, sem direitos.  O velho oeste americano é brincadeira perto do que acontece entre nós. Vivemos num estado de guerra, onde parece que há licença para matar, roubar e estuprar.
Essa notícia me fez lembrar que em 1967, em São Caetano do Sul, uma menor de idade, foi estuprada nas dependências do Tiro de Guerra e depois abandonada numa rua próxima. Ela foi recolhida por uma viatura policial e levada a um hospital onde foi constatada a violência. Levada ao estabelecimento militar, ela indicou um a um os seus algozes. Um deles injustamente, pois estava dormindo quando ocorreu o crime. Uns dez jovens, de boas famílias, participaram da barbárie.  Foram todos expulsos do Tiro de Guerra e processados pela justiça militar, mas que se saiba nenhum deles foi preso. Alguns foram prestar serviço militar em outros estados, perderam seus empregos, noivas e namoradas. É provável que não tenha tido muita projeção na época por estarmos em uma ditadura militar. Todos os rapazes justificavam que a garota se oferecia para os recrutas na porta da guarnição militar, como se isso os eximissem de culpa.
Isso é muito triste e desalentador, ainda mais quando um conhecido ator pornô foi recebido pelo novo ministro da educação para manifestar seu apoio ao novo governo. Esse pseudo ator num depoimento na televisão admitiu que fizera sexo não consensual com uma Mãe de Santo. Depois ele alegou que era apenas ficção. Ficção ou não, só o fato de fazer tal depoimento merece indignação de todos.
Enquanto isso, a permissividade de uma sociedade doente gera mais de quarenta mil estupros por ano, sem contar os casos não notificados, pois a dor na alma é tão grande que muitas preferem se calar, sufocando a indignação pela violência contra seus corpos.


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