Acho que um dia para as mulheres é pouco. Devia ter o ano internacional das mulheres, mas todos os anos, rs. Afinal, as mulheres são a maioria da população e são mães de todos os homens.
Sem as mulheres o que seria de nós homens? Elas são tão preciosas que muitos homens não suportam viver sem elas. Vicente Celestino, com seu vozeirão, cantava o Ébrio, uma canção que fala da tristeza de um homem abandonado e busca na bebida esquecer as suas mazelas. As mulheres abandonadas, e não são poucas, se levantam e tocam a vida, pois o leite das crianças não pode esperar a passagem das dores do amor ou do desamor.
Enfim, quase todas as canções falam das mulheres. Do perfume, da beleza, do sorriso, dos olhos, dos cabelos, da doçura... Desde os tempos medievais, quando os primeiros versos ou cantigas de amor foram registradas, elas são as protagonistas. São elas que deixam os homens sem rumo, sem eira e nem beira. O velho Machado de Assis dizia em um dos seus romances: “Ela me custou minha vida e vinte mil contos”. Por elas os homens vão à falência ou se enriquecem para fazer-lhes mesuras.
Os mitos da criação dos seres humanos nem sempre fazem justiça às mulheres. Para os hebreus, ela foi feita com uma costela do primeiro homem e ainda colocaram nela a culpa pelo pecado original. E assim, no mundo ocidental judaico cristão, as mulheres são símbolos do pecado, da traição e da luxúria. Uma eterna injustiça.
E aí que inventaram esse dia, não para homenageá-las, mas como forma de protesto contra os maus tratos, a violência, a exploração. O dia 8 de março é o símbolo da luta das mulheres por seus direitos, quando no início do século passado, as empregadas de uma tecelagem em New York se revoltaram por melhores salários e condições de trabalho. Chamaram a polícia e muitas morreram durante a repressão. Assim, esse dia, não é apenas para dar flores ou levá-las para um jantar à luz de velas. É também para lembrar que elas precisam ser valorizadas, respeitadas pelo que representam em nossa sociedade.
Infelizmente o Brasil é governado por um homem que não mostra nenhum respeito pelas mulheres do Brasil. Se faz alguma mesura hoje, é com olhos nas próximas eleições, pois elas representam mais de cinquenta por cento do eleitorado. Foi ele mesmo que foi contra o fornecimento de absorventes para as mulheres carentes e está assinando o decreto por motivos eleitoreiros e não por convicção.
E às vésperas da comemoração do Dia Internacional da Mulher, ainda tivemos um deputado canalha que foi até a Ucrânia, sob o pretexto de ajuda humanitária para depois fazer comentários cafajestes sobre as sofridas mulheres de um país invadido por um sanguinário ditador russo.
Enfim, vamos lembrar esse dia como um grito de guerra contra a violência, os maus tratos e o desrespeito a essas fabulosas criaturas, mães de todos os homens, símbolo maior da vida e do amor.
Num dia desses visitava um sebo para passar o tempo, quando, surpreso, vi o livro Comunicação Visual e Expressão, do professor José de Arruda Penteado. Comprei o exemplar e pus-me a recordar os tempos de faculdade em que ele era professor e nosso mentor intelectual. Era uma figura ímpar, com seu vozeirão impostado e uma fina ironia. Rapidamente estreitamos contato e nas sextas-feiras saíamos em turma para tomar vinho e conversar. Era um dos poucos professores em que era possível criticar, sem medo, a ditadura militar. Penteado era um educador, profissão que abraçara com convicção e paixão. Seu ídolo e mestre foi o grande pedagogo Anísio Teixeira, que ele enaltecia com freqüência em nossos encontros semanais. Defendia um modelo de educação voltado para uma prática socialista e democrática, coisa rara naqueles tempos. Depois disso, soube que estava coordenando o curso de mestrado em Artes Visuais da Unesp e ficamos de fazer contato com o ilustre e inesquecível mestre. Mas o t...
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