Viajar para o futuro ou para o passado é um antigo sonho romântico da humanidade. O francês Júlio Verne, no século XIX, previa o futuro tecnológico com a Viagem ao Centro da Terra e Vinte Mil Léguas Submarinas. Sob sua influência, o inglês H G Wells publicou ainda no final do século XIX, a Máquina do tempo em que um cientista viaja a mais de 800 mil anos no futuro. Parece ser muito tempo, pois ninguém de bom senso acredita, pelo andar da carruagem ou das máquinas, que daqui a mil anos a raça humana ainda estará por aqui. Na ficção de HG Wells o viajante do tempo encontra seres humanos usando uma dieta vegetariana e com tamanho bem reduzido. Desconhecendo o fogo, vivem apavorados com seres subterrâneos carnívoros que os atacam a noite.
Em 1931, o escritor inglês Aldous Huxley publica o Admirável Mundo Novo, uma distopia sobre o futuro bastante pessimista. O romance narra a história de um casal que tenta fugir do mundo novo, excessivamente mecânico e sem espaço para o amor e os afetos, depois que descobrem um livro com as peças do Shakespeare, na época proibido. Nesse mundo novo a reprodução humana seria em laboratório e em série. No processo de reprodução haveria também indivíduos Alfa, Beta, Gama etc. com níveis variáveis de inteligência. Os Alfa seriam a elite pensante, os Beta cuidavam da segurança, dos serviços burocráticos etc. Os Gama eram destinados aos trabalhos mais cansativos e perigosos e assim por diante. O casamento fora abolido e o sexo era livre, mecânico e sem nenhuma afetividade. Os indivíduos seriam condicionados a ver a morte como algo prazeroso, sem o sentimento de perda.
Mais tarde em 1949, o escritor inglês George Orwell publica 1984, um romance sinistro que retrata um mundo dividido entre grandes potências em que os donos do poder controlam até os sonhos dos cidadãos. Na ficção de Orwell a história muda de acordo com os interesses do poder. O escritor era um socialista desencantado com os rumos do totalitarismo da URSS sob Stalin e, também com o medo da grande potência ocidental. Ele também escreveu a fábula Animal Farm (traduzido por aqui como a Revolução dos Bichos, uma alegoria em que os animais assumem o poder em uma fazenda. É uma visão pessimista do socialismo, mostrando que tal como os homens, os bichos depois que assumem o poder, querem desfrutar dos seus privilégios.
Assinov, escritor russo, que escreve sobre o futuro com o uso da inteligência artificial, prevê um mundo dominado pelas máquinas em que o ser humano teria um papel secundário no futuro. Na visão de Assinov, as máquinas teriam um homem e um cão. O cão seria para que o homem não mexesse nas máquinas e apenas seguisse as normas e não pensasse.
Kursweil, mais recentemente acredita que a inteligência artificial chegará dentro três décadas a um nível de sofisticação, que poderiam substituir o ser humano em todos os aspectos, inclusive na criatividade e conhecimento científico. Para ele, cérebros como o de Einstein poderiam ser copiados e continuariam a produzir conhecimento indefinidamente. Da mesma forma os compositores, escritores e artistas plásticos.
Nesse caso os seres humanos deixariam de ser necessários e as máquinas cuidariam do planeta e da exploração do Cosmos. Assim, os robôs, “descendentes” de um animal racional que surgiu na Terra há pouco mais de 100 mil anos, dariam continuidade a essa grande aventura que começou na África, em um lugar chamado Oduwalle.
Como nossa existência é insignificante diante dos bilhões de anos do universo, ficamos apenas no plano das hipóteses ou das ficções.
Num dia desses visitava um sebo para passar o tempo, quando, surpreso, vi o livro Comunicação Visual e Expressão, do professor José de Arruda Penteado. Comprei o exemplar e pus-me a recordar os tempos de faculdade em que ele era professor e nosso mentor intelectual. Era uma figura ímpar, com seu vozeirão impostado e uma fina ironia. Rapidamente estreitamos contato e nas sextas-feiras saíamos em turma para tomar vinho e conversar. Era um dos poucos professores em que era possível criticar, sem medo, a ditadura militar. Penteado era um educador, profissão que abraçara com convicção e paixão. Seu ídolo e mestre foi o grande pedagogo Anísio Teixeira, que ele enaltecia com freqüência em nossos encontros semanais. Defendia um modelo de educação voltado para uma prática socialista e democrática, coisa rara naqueles tempos. Depois disso, soube que estava coordenando o curso de mestrado em Artes Visuais da Unesp e ficamos de fazer contato com o ilustre e inesquecível mestre. Mas o t...
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