Fábio Vieira de Souza, um autonomista
"Hoje o meu pai faria 91 anos... Bateu
muita saudade e resolvi postar algumas fotos .... e relembrar momentos de sua
vida...Ele nasceu em Bocaina, no estado de São Paulo, em 18 de novembro de
1927. Em 1940 mudou-se para São Caetano com sua família, estudou em escola
pública e trabalhou desde muito cedo para colaborar com a família, primeiro na
empresa Fidelidade e depois na Usina Colombina. Em 1945 formou-se contador na
Escola de Comércio 30 de outubro.
Em 1948, aos 21 anos, fez parte do Movimento Autonom ista de nossa cidade que,
através de um plebiscito, desvinculou o subdistrito de São Caetano da cidade de
Santo André, o qual passou a ser um município autônomo. Há poucos dias, houve a
comemoração dos 70 anos da Autonomia... Infelizmente, não pude comparecer, mas,
meu irmão, Adonis, representou a família e recebeu a homenagem em seu nome..
Na sua juventude, participava ativamente
da vida cultural da cidade, inclusive do grupo de teatro local (ele nunca me falou
isso, mas eu soube por uma colega da época da autonomia. Achei o máximo...).
Ele foi o primeiro redator esportivo do Jornal de São Caetano. E gostava muito
de futebol, jogava bem e fez parte da equipe de alguns times amadores da
região... Ele era Corinthiano ... roxo... de coração!!
A partir de 1952, trabalhou na Casa
Bancária São Caetano, que se tornou o Banco de São Caetano. Depois foi gerente
de banco por mais de 20 anos, primeiramente no Banco Auxiliar e depois no Banco
de Crédito Nacional - BCN, colaborando muito com as necessidades financeiras
dos cidadãos e dos novos empreendedores de nossa cidade que começava a crescer.
Casou-se com a mamãe em 1956
e tiveram quatro filhos: primeiro o José, depois eu, o Adonis e o Fabinho, e
através de seu esforço os quatro filhos puderam estudar e ter uma formação de
nível superior. Depois trabalhou no Departamento de Crédito da Financiadora
General Motors e montou uma Ótica em Santo André, onde trabalhou até se
aposentar.
Quando se aposentou, passou a
ser um freqüentador assíduo do Clube da 3ª idade de São Caetano, participando
ativamente de torneios esportivos, conquistando vários troféus com seus
parceiros e convivendo com seus muitos amigos. Eu sempre ia prestigiá-lo e
fotografá-lo em suas vitórias nos torneios de bocha, bilhar e baralho também.
Ele estava sempre presente, mas não impunha a sua vontade ao nosso jeito de
ser, respeitava o espaço de cada um... Nunca me repreendeu quando fui morar com
o Jorge sem casar... mas ficou muito feliz quando casamos no civil já no sexto
mês de gravidez ... ele sempre estava nas salas de espera dos hospitais
aguardando o nascimento dos netos, nos batizados, nas comemorações, sempre
presente, brindando à vida!
E nas nossas festinhas de
família e com os amigos, ele gostava de cantar e ouvir as marchinhas de
carnaval de sua época, junto ao meu querido compadre Zeca (Edson José da
Silva).
O Fabião, como era chamado
por todos, era dono de um coração muito grande. Sempre auxiliou a todos os seus
familiares e amigos em suas necessidades, sem pensar em recompensas futuras ou
interesses pessoais.
Foi um grande pai e esposo.
Sempre prezou a união dos familiares, intercedendo nos conflitos a fim de
recuperar a harmonia.
Acredito que a sua lembrança
reavive bons sentimentos aos que tiveram a alegria de compartilhar de sua
convivência. E hoje, com a maturidade plena, posso enxergar melhor o grande bem
que tivemos...
Pai,
onde estiver receba o meu AMOR... e a minha GRATIDÃO ETERNA "
Relato da filha do Fábio, a médica Alcione Vieira Moscardi, uma querida amiga.
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